Filipe Faria
Director Artístico e de Produção
Arte das Musas
Filipe Faria nasceu, em Lisboa, em 1976. Pai, músico, compositor, fotógrafo, autor, programador, realizador, produtor e investigador licenciou-se em Ciências Musicais pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova de Lisboa em 1998. Em 2000 termina a Pós-Graduação em Musicologia pela Universidade Autónoma de Lisboa, em 2002 a Especialização do Mestrado em Ciências Documentais pela Universidade de Évora e em 2004 a Pós-Graduação do Mestrado em Arte, Património e Teoria do Restauro pela Universidade de Lisboa/Faculdade de Letras/Instituto de História de Arte. Funda e co-coordena o projecto de licenciatura e pós-graduação em Musicologia - UAL - em 1999/2001 e funda e coordena o projecto de Licenciatura em Educação Musical - ISCE - em 2008/2009.
Em 2000 funda a produtora e editora Arte das Musas da qual é gestor e director artístico e de produção e com a qual desenvolve projectos originais e parcerias nacionais e internacionais nas áreas da música, dança. arte sonora, filme documental, etnografia, artes plásticas, fotografia, edição e programação.
Cria e funda, em 2003, o Festival Terras sem Sombra de Música Sacra do Baixo Alentejo, do qual foi director artístico e de produção entre 2003 e 2010, e, em 2012, o Fora do Lugar - Festival Internacional de Músicas Antigas - em Idanha-a-Nova (UNESCO City of Music), do qual é director artístico e de produção.
Foi elemento efectivo do Coro Gulbenkian entre 1998 e 2013 tendo realizado digressões em Portugal, Espanha, França, Itália, China, Estados Unidos da América, Malta, Holanda, Bélgica, Alemanha, Inglaterra, Japão, Israel, entre outros, e músico freelancer em ensembles de música antiga nacionais no mesmo período.
Em 1999 funda o consort de música antiga e contemporânea Sete Lágrimas, que co-dirige, com uma discografia de 16 títulos — “Lachrimæ #1” (2007), “Kleine Musik” (2008), “Diaspora.pt: Diáspora, vol.1” (2008), “Silêncio” (2009), “Pedra Irregular” (2010), “Vento” (2010) “Terra: Diáspora, vol.2” (2011), “En tus brazos una noche” (2012), “Península: Diáspora. vol.3” (2013), “Cantiga” (2014), “Um dia normal” (2015), “Missa Mínima”, composta por si e por Sérgio Peixoto (2016) e “Twentie Yeares in Seaven Teares” (2021), “Loa – André Dias de Escobar (c.1348-1450/51) e as suas Laudas e cantigas spirituaaes (…)” de 1435. Um diálogo com o Laudario di Cortona (s. XIII) e o Laudario di Firenze (s. XIV)” (2023), “Folia Nova”, Nova Música Antiga composta por si e por Sérgio Peixoto a partir de poesia portuguesa dos século XV e XVI (2023) — nomeado para os prémios Vodafone PLAY 2024, na categoria Melhor Álbum de Música Clássica/Erudita —, e “BACH”, novas partículas a partir de J. S. Bach (2024) — nomeado para os prémios Vodafone PLAY 2025, na categoria Melhor Álbum de Música Clássica/Erudita, e uma carreira em Festivais e Centros Culturais da Europa e Ásia: Portugal, Bulgária, Itália, Malta, Espanha, China, Suécia, França, Bélgica, Noruega, Luxemburgo, Alemanha, República Checa e Croácia.
Em 2012 funda o ensemble de música antiga Noa Noa com uma discografia de 4 títulos - “Língua, vol. 1” (2014), “Língua, vol. 2” (2015), “De la mar” (2016), “Palavricas d’amor” (2017) - e uma carreira em Festivais e Centro Culturais em Portugal, França, Bélgica e Japão.
Em 2015 edita o seu primeiro livro, o poema gráfico “Um dia normal”.
Em 2016 e 2017 cria os projectos multi-disciplinares “Todas as noutes passadas” (com Pedro Castro e Carla Albuquerque) e “Como dormirão meus olhos?” (com Pedro Castro), ambos sob encomenda do Centro Cultural de Belém/Fábrica das Artes em parceria com a Zonzo Compagnie (Bélgica) e com o financiamento do programa Europa Criativa da União Europeia. Em 2018 edita o CD dedicado à música original (escrita em colectivo com Pedro Castro) para “Todas as noutes passadas” e colabora com Mara Maravilha na criação e performance da banda sonora para o projecto “Isto não é uma nuvem” apresentado nos Dias da Música no CCB.
Em 2018/2019 desenvolve o projecto “Paisagem Sonora #1 a #6: Biofonias, Geofonias e Antropofonias” - em Proença-a-Nova, Vila Velha de Ródão, Oleiros, Penamacor, Castelo Branco e Idanha-a-Nova - estreadas nestas cidades em diálogo com os fotógrafos Valter Vinagre e Pedro Martins. Em 2020 é convidado pelo Projeto Cinco a desenvolver um projecto de paisagem sonora nos Municípios de Águeda, Idanha-a-Nova, Lousã, Óbidos e S. Pedro do Sul que resultou em “Cinco sopros para uma paisagem”. Este projecto de instalação sonora no espaço público estreou simultaneamente nestas cidades e foi adaptada a um espectáculo de homenagem ao antropólogo Benjamin Pereira (1928-2019), estreado no Centro Cultural Raiano.
Em 2020 cria o projecto Museu dos Sons Perdidos – ensaios fotográficos e paisagens sonoras de sua autoria –, com edição em livro e estreadas em exposições no Centro Cultural Raiano: “Antes dela dormir” (vol..1, 2022), “Aqui estão as palavras todas” (vol.2, 2022), “As cantigas são tantas que a mim até se mudam” (vol.3, 2023) e “A minha vida foi essa toda” (Vol. 4, 2024).
Em 2018 cria a série Etno Series, na qual desenvolve os projectos “Do ramo de uma árvore” (2018) – A palheta de 8 furos. Reinterpretação da palheta de José dos Reis (Monsanto, 1911-1996)”, em parceria com Pedro Castro, os mestres construtores Mário Estanislau e Vítor Félix, e o Instituto de Etnomusicologia (INET-md, FCSH/UNL) – e “Na matéria do diálogo” (2023) – Reinterpretação da Viola Beiroa de Manuel Moreira (Salvador, 1891-1970), Penha Garcia. Um diálogo com a viola de mão de Belchior Dias (Lisboa, 1581), em parceria com o violeiro Orlando Trindade e o INET-md. Ambos os projectos desdobram-se num livro e num documentário de sua autoria.
Em 2020 edita, em CD, a solo, “Inselberg Partita, n.2” para Homem e Terra Solo.
Em 2022 edita o livro de fotografia “Risco Branco Risco”, uma viagem Norte/Sul a Portugal, pelo risco da icónica estrada N2 e realiza o documentário com o mesmo nome.
Em 2023 edita o ensaio fotográfico “Flow”, a partir da canção “Flow my tears” de John Dowland (c.1563-1626).
Em 2023 cria o projecto Guardados – ensaio fotográfico e audiovisual – editados em livro: Guardados 001 (2023) e Guardados 002 (2024) e inaguradoe, em exposição, no Centro Cultural Raiano.
Em 2021 o seu filme “Olha para mim, que pode não ser verdade amanhã" foi seleccionado para o programa oficial do Festival du Cinéma et des Cultures Européenes de Strasbourg (França), organizado pela MESA - Maison de l'Europe Strasbourg-Alsace e, em 2024, para o programa oficial do Salva a Terra - Ecofestival.
Em 2020/2021 realiza, em parceria com a bailarina, coreógrafa e realizadora, Winnie Dias (Brasil), o projecto de 14 video-danças. música, performance e fotografia “Se chovesse um oceano” (If it rained an ocean), filmado na Alemanha (Berlin, Hamburg, Düsseldorf, Wuppertal), Suiça (Zürich) e Portugal (Idanha-a-Velha) com os bailarinos Futaba Ishizaki (Japão), Naomi Brito (Brasil), Rafaela Bosi (Brasil), Rafaelle Queiroz (Brasil), Fuyumi Hamashima (Japão), Isabella Heylmann (Austrália), Hayley Page (Austrália) e Borja Bermudez (Espanha), integrando a selecção oficial dos Festivais Internacionais: MiMo (Itália, 2022) – Winner: Best Music Video; Super9 (Portugal, 2022) – Winner: Best Mobile Experimental; IMARP (Brasil, 2022); Flatlands Dance Film Festival (Nevada, EUA, 2023) – Quarter-finalist; Lift-Off Film Festival (Londres, 2023); Athens International Art Film Festival (Grécia, 2023) – Winner + Honorable Mention (top 3); InShadow – Lisbon Screendance Festival (Portugal, 2022) – Video Installation + Shortlist for Rising National Artist ETIC Award; FIVC – International Screendance Festival (Chile, 2022) – Semi-finalist + Finalist; Salva a Terra - Ecofestival (Portugal, 2024) – Video Installation. Em 2021, o projecto foi inaugurado em exposição no Centro Cultural Raiano e estreada a performance live com a bailarina Winnie Dias.
Em 2024 realiza, no contexto do projecto L3 - Lisboa Leipzig Luanda [a partir de Bach] duas screendances BACH [1] e BACH [2] com o bailarino e coreógrafo angolano Fábio Krayze. As duas screendances integraram a selecção oficial dos Festivais Internacionais: Athens International Art Film Festival (Grécia, 2025) — Honorable Mention; Berlin Indie Film Festival (Alemanha, 2025); Braga International Video Dance Festival (Portugal, 2025) — Semifinalist; Experimental Forum Los Angeles (EUA, 2025); Screendance Festival Stockholm (Suécia, 2025), Tokyo Lift-Off Film Festival (Japão, 2025); IDFNOLA International Dance Festival New Orleans FILM (EUA, 2025).
Em 2025 estreia a instalação visual e sonora “Fragmenta”com música de Sete Lágrimas, uma proposta de novas partículas sonoras e visuais a partir dos fragmentos das sete Cantigas d’Amor de El-Rei D. Dinis (1261–1325) — nos 700 anos da sua morte —, preservadas, com música, no chamado Pergaminho Sharrer, “um fólio fragmentário oriundo de um cancioneiro perdido, escrito por volta de 1300”, encontrado, em 1990, por Harvey Leo Sharrer no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, onde ainda se conserva.
Como fotógrafo está representado na colecção do Centro Cultural Raiano com: “Antes dela dormir” (vol..1, 2022), “Aqui estão as palavras todas” (vol.2, 2022) e “As cantigas são tantas que a mim até se mudam” (vol.3, 2023), “A minha vida foi essa toda” (Vol. 4, 2024), “Guardados 001” (2023), “Guardados 002” (2024), “Se chovesse um oceano” (2021/22), “Um dia normal” (2023), “Fragmenta” (2025). Esteve representado nas exposições colectivas “Close-up” e “Forgotten Places”, com “Light II”, “Hand” e “Untitled” na Galeria Milepiani (Roma, Itália, 2023).
Completou o Curso Geral do Conservatório Nacional em 1992, o Curso Complementar de Violino do Conservatório Nacional de Lisboa/FMAC em 1997, o Curso de Fotografia do Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual – com o fotógrafo Roger Meintjes, em 1995, o Curso de Pintura da Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA) entre 2001 e 2005 com os pintores Paiva Raposo e Mário Rita e, a convite, o Atelier Livre de Pintura da SNBA, com o pintor Jaime Silva, em 2005.
Em 2014 é convidado para a Comissão de Candidatura de Idanha-a-Nova à Rede das Cidades Criativas da UNESCO na área da Música, aprovada em 2015 por esta entidade. Desde 2015 representa Idanha-a-Nova como stakeholder nos Encontros Internacionais UNESCO na Suécia (Östersund), Japão (Hammamatsu), Itália (Fabriano), Polónia (Katowice), Pesaro (Itália), no WOMEX 2017 (Polónia, Katowice), nos projectos Erasmus+ (UE) Network of cultural spaces (2023/24) — Estónia, Letónia, Itália. Portugal, Macedónia, Croácia e Geórgia — e Digit ICH (2024/25) — Finlândia, Estónia, Letónia, Itália. Portugal, Macedónia, Croácia e Geórgia —, no European Congress of Local Governments/Institute for Eastern Studies/Economic Forum (Polónia, Cracóvia), como conferencista, etc.
Os projectos Arte das Musas e Festival Fora do Lugar, em Idanha-a-Nova, são apoiados, desde 2003, pelo Ministério da Cultura/Direcção-Geral das Artes, e, desde 2020, membros efectivos do REMA - Réseau Européen de Musique Ancienne/Early Music European Network.