CONCERTO CONCERT
Miguel Amaral
Portugal
5.12.2025 21:30
Sexta-feira Friday
Salvaterra do Extremo
Antiga Câmara
Miguel Amaral guitarra portuguesa portuguese guitar
Depois de Carlos Paredes
After Carlos Paredes
Carlos Paredes (1925-2004)
Despertar – Variações
Canção
Fantasia nº 2
A Noite
Pedro Caldeira Cabral (1950)
Balada da Oliveira
Momentos
Baile dos Carêtos
Ricardo Rocha (1974)
2 Prelúdios para Guitarra Portuguesa
Miguel Amaral (1982)
Variações sobre um tema de Carlos Paredes
Carlos Paredes
Canto do Amanhecer
Canto de Rua
Porto Santo
Dança
A Guitarra Portuguesa é um instrumento popular urbano que, como o conhecemos hoje, surge no princípio do séc. XX. Foi, desde sempre, o instrumento de acompanhamento do Fado de Lisboa e da canção de Coimbra.
Em 1957, são editadas as primeiras gravações de Carlos Paredes, nas quais interpreta exclusivamente composições suas. Esta edição fonográfica em formato de EP revolucionou o universo da Guitarra Portuguesa, apresentando obras de carácter solista e virtuoso, permitindo começar a olhar para o instrumento de forma independente do acompanhamento vocal.
Paredes deixou-nos uma vasta obra repleta de genialidade que, sendo uma linguagem de ruptura com a tradição, constitui uma das maiores expressões da identidade nacional. Este impulso abriu portas a um novo caminho para a Guitarra Portuguesa.
No ano do centenário do seu nascimento, esta homenagem a Carlos Paredes centra-se na sua música, mas também no impacto que teve sobre as gerações futuras.
Partindo da obra de Carlos Paredes, aqui revisitada a solo, este recital explora a nova identidade solista da Guitarra Portuguesa através da música de Pedro Caldeira Cabral, Ricardo Rocha e do próprio Miguel Amaral.
The Portuguese Guitar is an urban popular instrument that, as we know it today, emerged at the beginning of the 20th century. It has always been the accompaniment instrument for Lisbon Fado and Coimbra song.
In 1957, Carlos Paredes’ first recordings were released, featuring exclusively his own compositions. This EP-format release revolutionised the Portuguese Guitar universe, presenting works of a solo and virtuosic character, allowing the instrument to be appreciated independently of singer accompaniment.
Paredes left us a vast body of work full of genius that, while breaking with tradition, represents one of the greatest expressions of national identity. This impetus opened the door to a new path for the Portuguese Guitar.
In the centenary year of his birth, this tribute to Carlos Paredes focuses on his music as well as its impact on future generations.
Building on Carlos Paredes’ work, here revisited in a solo setting, this recital explores the new solo identity of the Portuguese Guitar through the music of Pedro Caldeira Cabral, Ricardo Rocha, and Miguel Amaral himself.
Miguel Amaral nasceu no Porto em 1982. O seu primeiro contacto com a música surge aos seis anos, por intermédio da professora Madalena Leite de Castro, com quem estudou piano. Anos depois, fruto do fascínio pela música de Carlos Paredes, inicia os seus estudos de guitarra portuguesa com Samuel Cabral, José Fontes Rocha e, mais tarde, Pedro Caldeira Cabral. O seu interesse pela composição e pela utilização da guitarra portuguesa em diferentes contextos levou-o a alargar os seus estudos, tendo ainda estudado Formação Musical com António Torres Pinto, Análise, Harmonia e Contraponto com Daniel Moreira, Composição com Dimitris Andrikopoulos e Jazz com Nuno Ferreira. Frequentou o Curso Livre de Composição – Orquestração leccionado por Dimitris Andrikopoulos na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Porto – ESMAE, onde é aluno do segundo ano do Mestrado em Composição.
Iniciou-se profissionalmente em 2005 e tem vindo a afirmar-se como intérprete e compositor, com um percurso marcado pela vontade de expandir o repertório da guitarra portuguesa, com especial incidência na música contemporânea, embora também no jazz e na música antiga. Apresentou-se regularmente em recitais a solo, bem como em agrupamentos de música de câmara e orquestras, passando por salas como Casa da Música, Fundação Calouste Gulbenkian, Culturgest, Centro Cultural de Belém, Teatro Solis (Montevideo), Centro Cultural Kirchne (Buenos Aires), Teatro Nescafé (Santiago do Chile), FIL Guadalajara (México), Queen Elisabeth Hall (Antuérpia), Philharmonie du Luxemburg (Luxemburgo), Auditório Nacional de Música (Madrid), Helsinki Music Centre (Helsínquia), Cidade das Artes (Rio de Janeiro) e Teatro Mossoveta (Moscovo). Trabalhou com orquestras como Philharmonie du Luxembourg, Real Filharmonía de Galicia, Helsinki Baroque Orchestra, Antwerp Symphony Orchestra, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra Sinfónica do Porto e Orquestra Sinfónica Portuguesa, sob a direcção dos maestros Peter Rundel, Dirk Brossé, Brad Lubman e Pedro Neves, e com agrupamentos como Ensemble Darcos, Os Músicos do Tejo e Ensemble Pulcinella.
Do seu trabalho como compositor destacam-se, para além das peças para guitarra portuguesa solo, obras como Luz de Outono para guitarra portuguesa e orquestra barroca com Os Músicos do Tejo e Helsinki Baroque Orchestra; Fuga para um dia de Sol para guitarra portuguesa, piano e contrabaixo com Mário Laginha Novo Trio; Quatro lamentações para um amor perdido para dois sopranos, guitarra portuguesa, violoncelo e baixo contínuo com Ensemble Pulcinella; Fado D’arcos para voz, guitarra portuguesa, piano, harpa, violino, viola, violoncelo e contrabaixo com Ensemble D’arcos; e Elegia a Gabriel Fauré para violino e piano com Trio Pangea.
Miguel Amaral também tem experiência em teatro: de 2010 a 2015 integrou o ensemble da peça Sombras de Ricardo Pais e, mais tarde, assumiu a direcção musical, arranjos e composição de música original do espectáculo talvez... Monsanto, também de Ricardo Pais, onde o fado e o folclore da Beira Baixa se cruzam com a poesia de Ruy Belo. Em 2023, destacou-se a estreia do Concerto para Guitarra Portuguesa e Orquestra de Dimitris Andrikopoulos. Na sua discografia em nome próprio constam o álbum Chuva Oblíqua para guitarra portuguesa solo, onde, para além de peças suas, grava obras de Daniel Moreira, Dimitris Andrikopoulos, Igor C. Silva e Mário Laginha, e o álbum Saudade, em duo com o músico brasileiro Yuri Reis (violão de 7 cordas), abordando música tradicional brasileira e repertório tradicional da guitarra portuguesa.
É licenciado em Direito pela Universidade Católica Portuguesa.
Miguel Amaral was born in Porto in 1982. His first contact with music came at the age of six through the piano teacher Madalena Leite de Castro. Years later, fascinated by Carlos Paredes’ music, he began his studies in Portuguese guitar with Samuel Cabral, José Fontes Rocha, and later Pedro Caldeira Cabral. His interest in composition and in using the Portuguese guitar in different contexts led him to expand his studies, including Musical Training with António Torres Pinto, Analysis, Harmony and Counterpoint with Daniel Moreira, Composition with Dimitris Andrikopoulos, and Jazz with Nuno Ferreira. He attended the Free Course in Composition – Orchestration taught by Dimitris Andrikopoulos at the Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Porto (ESMAE), where he is currently a second-year Master's student in Composition.
He began his professional career in 2005 and has established himself as a performer and composer, with a trajectory marked by the desire to expand the Portuguese guitar repertoire, particularly in contemporary music, but also in jazz and early music. He regularly performs in solo recitals as well as in chamber and orchestral ensembles, appearing in venues such as Casa da Música, the Calouste Gulbenkian Foundation, Culturgest, the Belém Cultural Centre, Teatro Solis (Montevideo), Centro Cultural Kirchne (Buenos Aires), Teatro Nescafé (Santiago de Chile), FIL Guadalajara (Mexico), Queen Elisabeth Hall (Antwerp), Philharmonie du Luxembourg (Luxembourg), Auditório Nacional de Música (Madrid), Helsinki Music Centre, Cidade das Artes (Rio de Janeiro), and Teatro Mossoveta (Moscow). He has collaborated with orchestras such as Philharmonie du Luxembourg, Real Filharmonía de Galicia, Helsinki Baroque Orchestra, Antwerp Symphony Orchestra, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra Sinfónica do Porto, and Orquestra Sinfónica Portuguesa under the direction of Peter Rundel, Dirk Brossé, Brad Lubman, and Pedro Neves, as well as with ensembles including Ensemble Darcos, Os Músicos do Tejo, and Ensemble Pulcinella.
As a composer, his work includes, in addition to solo Portuguese guitar pieces, works such as Luz de Outono for Portuguese guitar and Baroque orchestra with Os Músicos do Tejo and the Helsinki Baroque Orchestra; Fuga para um dia de Sol for Portuguese guitar, piano, and double bass with Mário Laginha Novo Trio; Quatro lamentações para um amor perdido for two sopranos, Portuguese guitar, cello, and basso continuo with Ensemble Pulcinella; Fado D’arcos for voice, Portuguese guitar, piano, harp, violin, viola, cello, and double bass with Ensemble D’arcos; and Elegia a Gabriel Fauré for violin and piano with Trio Pangea.
Miguel Amaral also has experience in theatre: from 2010 to 2015 he was part of the ensemble of Ricardo Pais’ play Sombras and later took on the musical direction, arrangements, and original composition for the show talvez… Monsanto, also by Ricardo Pais, where Fado and Beira Baixa folk music intersect with the poetry of Ruy Belo. In 2023, he premiered the Concerto for Portuguese Guitar and Orchestra by Dimitris Andrikopoulos.
His discography includes the album Chuva Oblíqua for solo Portuguese guitar, which, in addition to his own compositions, features works by Daniel Moreira, Dimitris Andrikopoulos, Igor C. Silva, and Mário Laginha, and the album Saudade, a duo with Brazilian musician Yuri Reis (7-string guitar), exploring Brazilian traditional music and the traditional Portuguese guitar repertoire.
He holds a Law degree from the Portuguese Catholic University.
