Fragmenta • Sete Lágrimas + Filipe Faria
Fragmenta • Sete Lágrimas + Filipe Faria
Fragmenta
2025
MU0147
GUIA DE EXPOSIÇÃO
EXHIBITION GUIDE
Filipe Faria
conceito original original concept
ensaio sonoro sonic essay
paisagens sonoras soundscape
fotografia photography
Sete Lágrimas
Filipe Faria e Sérgio Peixoto
música music
Filipe Faria
voz voice
sulittu
flauta recorder
viela vielle
adufe
Sérgio Peixoto
voz voice
Tiago Matias
viola de mão
+ INFO
Um projecto A project by
Arte das Musas
Com a parceria In partnership with
Município de Idanha-a-Nova
\UNESCO Creative City of Music
Apoio Support
República Portuguesa - Cultura
Direção-Geral das Artes
Agradecimento Acknowledgment
Manuel Pedro Ferreira
\CESEM - NOVA FCSH
\Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical
\Centre for the Study of Sociology and Musical Aesthetics
FRAGMENTA PT
A instalação fragmenta, de Filipe Faria e Sete Lágrimas, propõe novas partículas sonoras e visuais a partir dos fragmentos das sete Cantigas d’Amor de El-Rei D. Dinis (1261–1325) — nos 700 anos da sua morte —, preservadas, com música, no chamado Pergaminho Sharrer, “um fólio fragmentário oriundo de um cancioneiro perdido, escrito por volta de 1300”1, encontrado, em 1990, por Harvey Leo Sharrer no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, onde ainda se conserva.
Poucos vestígios musicais sobreviveram das canções profanas medievais galaico-portuguesas. Antes destes — preservados no “mais antigo documento conhecido com música profana de origem portuguesa”² —, apenas eram conhecidas as sete Cantigas de Amigo de Martim Codax (s. XIII) — também sete, como as sete Cantigas de D. Dinis —, seis delas com notação musical, descobertas em 1914 por Pedro Vindel, ocultas na guarda interior de um exemplar do De officiis de Cícero, manuscrito do século XIV, encadernado no século XVIII.
No seu livro Cantus Coronatus (2005), Manuel Pedro Ferreira (NOVA-FCSH) publicou a edição paleográfica da música — fragmentária — conservada no Pergaminho Sharrer a par de uma proposta de edição-reconstrução crítica destas melodias. Foi essa dupla dimensão — entre a “arqueologia” e a criação — que serviu de impulso a este ensaio sonoro e visual.
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1 Ferreira, Manuel Pedro, Cantus Coronatus: 7 Cantigas d’El-Rei D. Dinis, De Musica 10, Kassel, Edition Reichenberger, 2005
2 idem
FRAGMENTA EN
The installation fragmenta, by Filipe Faria and Sete Lágrimas, proposes new sonic and visual particles drawn from the fragments of the seven Cantigas d’Amor by King Dinis of Portugal (1261–1325) — on the 700th anniversary of his death — preserved, with music, in the so-called Sharrer Parchment: “a fragmentary folio detached from a lost songbook, written circa 1300,”¹ discovered in 1990 by Harvey Leo Sharrer at the Arquivo Nacional Torre do Tombo in Lisbon, where it is still preserved.
Few musical traces of medieval secular Galician-Portuguese song have survived. Before the discovery of these — preserved in what is considered “the oldest known document containing secular music of Portuguese origin”² — only the seven Cantigas de Amigo by Martim Codax (13th century) were known — numbering seven like the Cantigas of King Dinis — though only six survive with musical notation. They were discovered in 1914 by Pedro Vindel, hidden within the inner guard of a 14th-century manuscript copy of Cicero’s De officiis, rebound in the 18th century.
In his book Cantus Coronatus (2005), Manuel Pedro Ferreira (NOVA-FCSH) published both a paleographic edition of the fragmentary music preserved in the Sharrer Parchment and a critical edition and reconstruction of the melodies. It is this dual approach — between “archaeology” and creation — that served as the impetus for this sonic and visual essay.
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1 Ferreira, Manuel Pedro, Cantus Coronatus: 7 Cantigas by King Dinis of Portugal, De Musica 10, Kassel, Edition Reichenberger, 2005
2 idem